A pandemia do Covid-19 está a ter um impacto fortíssimo em toda a população mundial. Há imensas preocupações com os adultos, mas as crianças estão, igualmente, a sofrer das consequências desta Pandemia.

Com o confinamento e o encerramento das escolas, as crianças tiveram uma mudança abrupta nas suas rotinas diárias. E como sabemos, as rotinas são securizantes para o desenvolvimento mental das crianças. Os mais pequenos deixaram de conviver com outras crianças e com outros adultos, à exceção dos seus pais. Algumas passaram a ter aulas em casa, com o ensino à distância, e outras deixaram por completo de ter aulas, pois não tinham acesso à internet.

Existe medo nas crianças de ficarem infetadas com o vírus, de infetarem e perderem os seus familiares. É importante transmitir-lhes responsabilidade nos hábitos e cuidados de higiene a terem, de forma a minimizar os riscos. Porém, cabe aos cuidadores passarem uma mensagem positiva e de esperança, usando sempre a verdade, mas adaptada à idade de cada criança para que esta sofra o menos possível.

Em fevereiro de 2020, realizou-se um estudo na China sobre o impacto da pandemia no desenvolvimento psicológico das crianças e adolescentes e verificou-se que os sintomas mais frequentes eram a irritabilidade, a distração, o medo de perda de familiares e a dependência excessiva dos mesmos. Existiram também casos de falta de apetite, perturbação do sono e pesadelos.

A Pandemia isolou as crianças, os contactos com os pares, na escola, estão mais limitados, não existem as festas de aniversário dos amigos, os parques infantis encerraram, as atividades recreativas, como o desporto e a música, estão limitadas, forçando as nossas crianças ao isolamento.

Como minimizar o impacto da pandemia nas crianças?

Para minimizar o impacto da pandemia nas nossas crianças é necessário que os pais e/ou cuidadores, brinquem com os mais pequenos, pois é através da brincadeira que a criança organiza e dá sentido ao mundo. Demonstrem carinho e afeto pela criança para que esta se sinta protegida e aceite e elogiem sempre as boas atitudes, para que se sintam valorizadas.

Converse com os mais pequenos e dê-lhes espaço para que possam falar e expor os seus medos, as suas preocupações, os seus anseios. Utilize uma linguagem clara e adequada à maturidade de cada criança.

Os adultos têm um papel fundamental para evitar que as crianças vivam num clima de medo, insegurança, fobia social e distanciamento emocional.